Medicina e Religião

Quando Religião e Ciência derem-se as mãos, unirem-se, ocorrerão profundas modificações na maneira, como a Medicina é exercida. As drogas químico-farmacêuticas cairão consideravelmente em desuso, sendo naturalmente substituídas por substâncias químico-orgânicas-etéreas, infinitamente mais apropriadas devido a terem sido elaboradas pelo próprio organismo humano.

O princípio da Medicina o início da Medicina, surgiu mediante o sentido de auxílio do sofrimento humano. O amor universal fez manifestar, então, os primeiros impulsos em socorro do necessitado. Um doente surgiu e, com ele, o sentido de ajuda ao próximo, buscando meios para auxiliar aos desvalidos e moribundos. Eram tentativas incipientes para aliviar o mal que, subitamente, se manifestava. É a história da origem da Medicina e havia, na época, compreensão do que seriam esses mal muitas vezes súbitos, que arrebatavam a tranquilidade dos que viviam então.

No momento em que a oportunidade incentivou o a ao próximo, a ajuda ao semelhante, surgiu o primeiro de Medicina, a imposição das mãos nas partes afetadas agonizantes, numa atitude de oração que era um pedido auxílio ao Deus maior. A imposição das mãos no corpo adoecido, como tentando proporcionar-lhe algum alivio, foi uma reação só do próprio doente como também daquele que faria surgir o processo que chamamos de Medicina. O curador ou médico estava, ali, iniciando uma longa carreira para acari a humanidade.

A doença apareceu no primeiro instante em que o instante transgrediu as leis de equilíbrio do corpo, que desobedeceu às leis naturais que regem o Universo e, por conseguinte, a natureza humana. Quando a desobediência se tez presente, a dor lhe acompanhou e o sentimento de piedade tornou-se, então, inevitável. Era o amor que recorria aos meios piedosos para auxiliar os que pecavam, os que desobedeciam às leis naturais, os que iam de encontro aos princípios que poderiam garantir a permanência de um estado saudável.

Quando o homem transgrediu as leis, deliciando-se com o fruto proibido, o paraíso do bem-estar foi perdido. A dor, a fome, a doença, o desequilíbrio tornou-se o estado constante deste então e este sucedeu-se através das gerações que até hoje vivenciam o pecado original. A Medicina, como veem, surgiu de um ato piedoso de amor, de auxílio e, para ser verdadeira, não poderá ser diferente. A Medicina, se não for exercida com piedade, com amor, torna-se por demais impessoal, exclusivamente tecnológica, cada vez mais instrumental e sofisticada; diagnostica-se o problema, considerando-se só o seu efeito. A causa tem ficado ao encargo dos que ainda possuem um mínimo de consciência. Estes, por um ato piedoso, propõem-se a estudar, a indagar, a concluir com o paciente, buscando solucionar em definitivo a questão e, para tal, tentando encontrar a fonte de origem da anomalia ou da doença.

Mas o que vê na Medicina atual é que ela se tornou uma fonte de renda, tal qual uma rede de supermercados. Negocia-se a doença como se ela fosse uma oportunidade para uma boa transação financeira e cuida-se quase que exclusivamente dela e do próprio doente, deixando-se de lado a saúde, a integridade e a dignidade do ser humano. Mas aonde fica a saúde? Fica para aqueles que ainda não adoeceram? Diga-se, de passagem, que a raça humana está a um nível de saúde geneticamente degenerada; é a herança dos desregramentos e desobediências cometidos, impressos em sua estrutura. O homem pecou e continua pecando, desobedecendo as leis naturais. Por isso, continua doente, cada vez mais impregnando as Contes genéticas com informações desajustadas; daí sucedem-se as carências-e anomalias para as gerações subsequentes.

Como é visto o ser humano sob o ponto de vista de um país capitalista, um país cuja constituição básica governamental é econômico-financeira? Ele é o elemento fundamental do consumismo e gerador de finanças. Um país capitalista é um país que acredita, primordialmente, na capacidade do dinheiro, o qual, a nível de suas considerações, representa o princípio ativo, o elemento motriz do Trielos básico.

Mas o ser humano, e, portanto, a nação e o planeta dos quais ele é uma célula, possui, também, como componente, além do Trielos básico, o Trielos superior. E como fica esse Trielos superior em tudo isso? Ignorado, sendo vivenciado apenas circunstancialmente ou convencionalmente, segundo aipins propósitos eventuais quando se realizam certos eventos cívicos, por exemplo, ou excepcionalmente durante as cerimônias de um casamento ou de acontecimentos análogos.

Na verdade, predomina sobremaneira o Trielos básico e essa predominância irá provocar uma desvitalização de seus próprios níveis de consciência mais limitados porque eles ficam desacoplados da consciência regente que é a que os provê por ser possuidora de um altíssimo teor de discernimento.

Assim, os países capitalistas capitalizaram a Medicina, capitalizaram a doença e esta se tornou uma das maiores fontes de renda deste sistema, tratada como um simples negócio, juntamente com os alimentos, os remédios e as instituições assistenciais. Que pobreza de espírito das consciências regedoras de tais situações! No entanto, o interesse pela saúde dos cidadãos de um pais é importante tanto para o próprio indivíduo, particularmente, quanto para o país como um todo. A qualidade da formação sócio-moral-educativa de um país depende, exclusivamente, da qualificação individual dos seus cidadãos. Não se pode ter um pais com uma qualificação superior, se o seu povo, a sua nação está desnutrida, adoecida, carente de atividade cerebral, mental, espiritual e de sentimentos qualificados.

Contudo, um país que considera suas fontes de recursos sócio-financeiras como o fator principal das suas atenções, colocando em primeiro lugar esses interesses, tanto nas suas atividades internas como a nível de competição e de comércio com outras nações, faz com que o indivíduo caia do plano prioritário nacional para o plano secundário. Os níveis de valores são invertidos, dá-se prioridade ao que deveria ser secundário e o que é secundário torna-se prioritário. É uma inversão de valores da ordem natural. É o sentido inverso de um estado natural, constituído pelo próprio comportamento consecutivo da natureza cósmica, da natureza do homem, da natureza de um padrão social. As estruturas sociais, portanto, são constituídas sob bases falsas, pois são invertidas as consolidações dos seus alicerces, dos seus pilares.

Oh! Medicina! Oh! Religião! Por que se tornaram duas personalidades tão diversas? Por que foram personalizadas pela sociedade como duas instituições tão diferentes entre si? No início, não era assim; entretanto, quando o pecado original, como dizem, arrastou o homem ao fracasso, à doença, ao sofrimento, fazendo surgir, também, a manifestação do seu lado piedoso, foi daí que surgiram, entre a humanidade da época, as primeiras atitudes que deram marg.2m ao aparecimento do que se chama hoje de Religião e Ciência, ou Religião e Medicina, uma vez que a Medicina é uma parte prática da Ciência. Naqueles tempos iniciais, tudo tinha um aspecto tranquilo, harmonioso e não havia necessidade de curas, pois prevalecia estado original de saúde em concordância com as leis da natureza. Não se tinha Ciência porque a sabedoria era uma constância de todos. Tudo era o Todo. Vivenciava-se isto em todas as circunstâncias: no pensar, no sentir e na própria prática da vida.

Contudo, desde o momento em que a humanidade pecou, isto é, que se conduziu para as tendências geradoras do mundo dual, tornaram-se inevitáveis as situações paradoxais consequentes da divisão da unidade. Surgiu então, a Medicina e a Religião. Era a tentativa para retorno ao caminho perfeito, a retomada do estado original. No entanto, isso para muitos não ocorreu. E os que resistiram a esta retomada, acentuaram, em épocas posteriores, essa divisão da unidade, do estado original, provocando novas subdivisões e, com isso, separando ainda mais a Ciência da Religião. Ocorreram, então, divisões sucessivas que manifestavam ações múltiplas, provenientes de um comportamento cósmico natural.

Assim é a lei da multiplicidade, a lei da propagação que se torna múltipla através do próprio dinamismo da vida dando continuidade a estas subdivisões se não houve uma consolidação, um movimento de unificação. Desse modo, as subdivisões suceder-se-ão continuamente poderão levar a situações muitas vezes irreversíveis.

A conjugação da Religião e da Ciência, por certo, ri conduzirá o homem ao mesmo caminho que gerou a necessidade da Religião, da Ciência e da Medicina, ou seja, caminho da tentativa de retorno à unidade. Não será, ainda, o estágio ideal, mas representa o caminho único pai se atingir a unificação, o estado original. No entanto, caos a humanidade continue a distanciar-se cada vez mais d seu estado único de origem, mais necessidades emergiram as quais, por sua vez, irão exigir outras necessidades cada vez maiores. Será uma consequência da lei da multiplicidade, da lei da propagação cumprindo-se no sentido anti-evolutivo.

Quanto mais o homem tiver necessidades, mais gerai necessidades, e assim sucessivamente, até o momento ei que disser: “Basta! Vou usar a Lei da Transformação buscar os comportamentos que irão levar-me ao caminho único, ao caminho da unificação”. Na verdade, essa unificação é que permitirá ao homem superar a necessidade de ter múltiplas necessidades. É o estado natural, o estado de consciência, de quietude dos sentidos que não mais o induzirão a ter sucessivas necessidades. Representa o estado de contentamento perene que leva o ser humano a realizações sem ansiedades, pois a ansiedade induz a buscas sucessivas que geram necessidades, novas buscas e consequentemente, novas necessidades. No estado, original, por outro lado, existe a constância, a plenitude a equanimidade de todos no sentido de um princípio único. Todos são um só. Não se precisa ter ansiedade. Não se necessita ter necessidade.

A realização de um é a realização do outro, é a realização de todos. Este é o sentido único. Ao contrário, a ansiedade é um sentimento totalmente limitado, voltado para o eu menor, o ego da personalidade. A Medicina atual sofre o reflexo de toda essa situação de ansiedade e da falta do sentido único. Por não estar conjugada com os fundamentos da religião, defende teses conflitantes, baseadas em agentes químicos que têm por objetivo reter, controlar as reações psicossomáticas e orgânicas. Gera-se, com isso, a necessidade das disputas, das teses que são defendidas para se ver com quem está a virtude maior ou qual está sendo está. São as novidades das terapias, dos agentes químicos, das metodologias empregadas para a correção das diversas físicas, emocionais, psíquicas ou bacteriológicas não importando a sua origem. Não importa, também se as causas estão ou não dentro do campo de restrito, ao qual a Medicina se autolimitou; o mal, no ponto de vista, deve ser banido em função unicamente dos seus efeitos.

Falta, portanto, à Medicina, a visão abrangente da Religião. Mas essa exigência é mútua, pois somente através conjugação com a Ciência médica é que a Religião tornar-se mais compreensível, racional e lógica, o de ser apenas uma inspiração, um processo devocional. Na verdade, a Religião necessita da Ciência que não fique à margem da razão, da aceitação concreta lógica.

A Religião não deve se tornar apenas uma inspiração; necessita, sim, integrar-se mais ao mundo físico, ter uma presença mais constante, respirar junto com o organismo, ganhar forma. A Religião é a alma do corpo da Medicina. Este corpo, porém, sem um discernimento maior, limita-se ao lado puramente físico, carecendo de equipamentos para interpretações que exijam maiores sensibilidades.

Devido à falta do discernimento básico, presente ao nível da consciência maior que forma o Trielos superior, os médicos precisam de intérpretes instrumentais cada vez mais sofisticados para o diagnóstico das doenças. Um verdadeiro médico deverá ter uma qualificação superior, conquistada através da visão integrativa e unificada da Religião com a Medicina. Alcançará, então, a habilidade suficiente e um grau de sensibilidade de altíssimo alcance, não carecendo tanto do auxílio da tecnologia instrumental para o diagnóstico correto do paciente, pois terá conjugados, em si, o corpo e a alma da Medicina. Todos os instrumentos e maquinários que a tecnologia desenvolve são basicamente inspirados no funcionamento e na formação do corpo humano. Por que, então, não usar esta máquina humana? Por que não educá-la e desenvolvê-la a ponto de torná-la apta a usufruir integralmente dos sete sentidos, que lhe darão a garantia de toda a eficiência possível que a tecnologia busca obter? O alcance, a capacidade desta tecnologia biológica humana é muito mais ampla do que se possa imaginar porque é uma tecnologia sideral.

Devido ao fato dos seres humanos não utilizarem estas capacidades naturais é que necessitam dos agentes químicos sintéticos ou laboratorialmente fabricados. E, assim, violam os direitos funcionais adquiridos, porém não reconhecidos, nem mesmo quanto ao que se refere às considerações da pessoa para consigo própria. Os homens convivem com a ignorância de si mesmos. Deste modo, por mais preparado que alguém consiga ser, mesmo academicamente, se não o for em conjugação com um processo de autoconhecimento, toda a sua bagagem, inclusive o conhecimento acadêmico, estará correndo o risco de tornar-se algo descartável devido a não adquirir as condições adequadas para aderir-se às experiências do Ser Teodinâmico.

Essas condições só poderão ser conquistadas se, ao acervo intelectual, forem aliadas as virtudes vivenciais. Somente estas dispõem dos adesivos naturais que farão essas heranças aderirem e ficarem, então, recolhidas definitivamente aos arquivos do auto-aperfeiçoamento humano. São estes os valores chamados por muitos de “tesouros eternos”, que ninguém pode furtar porque só pertencem a quem os adquire por merecimento. Assim, para que ocorra essa aderência, essa integração definitiva dos tesouros que a cada um pertence, aos níveis do Ser Teodinâmico, é necessário que estes estejam aliados às virtudes.

As virtudes são, portanto, o grande veículo para estas conquistas que podem ser consideradas como um armazenamento, uma comprovação do êxito, da concordância funcional consequente do acoplamento do Trielos básico e superior durante o percurso da vida, da passagem vivencial humana.

Só por meio das virtudes é que não se perderá tudo o que se adquiriu intelectualmente, ou seja, que se poderá transformar o conhecimento adquirido, no mundo, em virtudes próprias, a fim de que este se torne um conhecimento eterno. E, mais uma vez, frisamos que só a virtude faz com que todos esses conhecimentos intelectuais se transformem em meios práticos, em ações realmente positivas, num sentido mais amplo. A virtude é, portanto, a vivência prática da conjugação do campo dual que compõe o ser humano, ou seja, a transformação em atos e ações desse acoplamento de suas inspirações superiores com os seus instrumentos intelectuais adquiridos a nível humanístico. Isto se chama virtude, isto é o que define o homem virtuoso.

A Medicina precisa se tornar igualmente virtuosa, isto é, utilizar todas as informações acadêmicas e conjugá-las com um sentimento piedoso, que é uma manifestação humana, expressiva do Amor Universal. Este sentimento surge, brota através do quarto veículo que tem como centro de manifestação o chakra cardíaco. E dele desprendem-se substâncias atraentes, adesivas, de simpatia, amor, de sentimentos de ajuda ao próximo, de ade, no verdadeiro sentido de ajuda, no verdadeiro tido de amor. No entanto, este amor que poderia divinizar a Medicina não encontra, atualmente, muito espaço para se manifestar, pois, quando chega a acontecer se sempre se apresenta numa forma apenas humanista.

Mas o amor divino é um amor que independe da demonstração concreta. É uma substância com qualidade pessoal que se direciona e atinge uma situação quando devidamente invocada e estimulada. Ela brota impessoalmente, independente das pessoas a que se destinam e não necessita de demonstrações físicas, necessita, apenas, de fluir e envolver o paciente, mesmo ele se encontre a milhares de quilômetros de distância. Para este amor universal, quanto mais longe, mais perto… quanto mais longe, mais divino se torna, mais impessoal apresenta. Neste estado, conserva-se mais ainda o seu r de impessoalidade, pois, com ele, não são veiculados sarnentos e sentimentos pré-determinados a uma individualidade.

Em caso de proximidade física, deve o médico colocar sempre uma “venda nos olhos” e, através da impessoalidade, envolver o paciente neste nível vibratório para que mesmo efeito surtido a mil quilômetros de distância de distância também possa ocorrer quando haja proximidade dos corpos físicos.

Quando o médico está defronte do paciente, a “venda seus olhos” torna-se, muitas vezes, necessária para a proximidade dos corpos não personalize este teor vital, cuja característica básica é a impessoalidade. Assim, o poder curativo que emana é de altíssimo valor porque não está veiculado a nenhuma forma de pensamento nem de emoção. É sentimento virgem, puro, original, e traz consigo, devido a esta pureza, todo teor de vitalidade que necessita ser passado ao paciente.

Com isto, queremos dizer que a maior virtude do viven4wrador não é a habilidade de prescrever medicamentos farmacêuticos, mas a de ser a pessoa certa que nasceu exercer a Medicina. É aquele que tem o dom próprio curar, que traz, em si, a virtude e a capacidade de ampliação do amor impessoal, da energia curativa. É aquele que tem sensibilidade e sabedoria suficiente para passar essa energia, impessoalmente, tanto quanto ela o é em seu estado original.

O lado afetivo do médico deve atuar, não dirigido ao indivíduo, em si, mas ao ser doente. E, quando isto ocorre essa virtude, este tipo de apoio pode ser o suficiente para atos aliviar e, às vezes, até mesmo promover a cura. Isto porque, como já foi dito antes, é transmitida uma energia curativa de alto teor de vitalidade, ajudada, ainda, por uma ação de compatibilidade energética que pode ocorrer entre o médico e o paciente. As consultas passam, então, a se restringir, simplesmente, ao fornecimento de informações nas quais o médico deve se basear para fazer o seu estico. Além do mais, é humanamente impossível aos pacientes fornecerem todos os dados necessários a um diagnóstico preciso e real dos males que os afetam.

Sabemos que o médico, quando atende a um paciente, está lidando, a priori, com um desconhecido a nível de personalidade, sobre quem não dispõe de muitas informações a respeito dos seus métodos de vida. Desse modo, como ocorre frequentemente na Medicina atual, o médico torna-se, apenas, um intérprete da sintomatologia através das informações fornecidas pelo paciente. Estas, no entanto, são, inúmeras vezes, muito falhas devido ao fato de a memória do paciente ficar bloqueada pela preocupação excessiva com os sintomas. Além disso, quando o doente está sofrendo, a dor não lhe permite ter a tranquilidade suficiente para que possa relembrar todas as informações necessárias a que o diagnóstico médico se torne mais exato.

Enquanto a Medicina se ativer apenas ao quadro sintomático das doenças, terá que se restringir quase que de maneira exclusiva aos métodos da quimioterapia farmacêutica, agredindo excessivamente, com isso, a química do próprio organismo. E uma vez violado o direito adquirido, pela engenharia corpórea sideral, de promover a própria cura, estará sendo inibida a sensibilidade desta quimioterapia natural orgânica. Se os médicos permanecerem exclusivamente neste tipo de Medicina curativa sintomática, além dos métodos quimioterápicos, terão, também, cada vez mais necessidade de recorrer à cirurgia que, fora alguns casos realmente justificáveis, representa uma agressão ainda maior ao organismo. E este problema mais se agrava porque, inúmeras vezes, essas cirurgias são feitas indevidamente.

Isso tudo acontece porque as pessoas querem livrar-se rapidamente, a todo o custo, dos sintomas que, na realidade, são um alarme, uma tentativa de defesa do próprio organismo. O objetivo primordial das drogas farmacêuticas, no entanto, é inibir toda a sintomatologia, agindo como um passe de mágica, não importando se isso irá ou não representar uma agressão ao organismo. É a magia das drogas, a magia farmacêutica. Violenta-se, assim, sem nenhuma consideração, o veículo-corpo. E, quando este reage à agressão como uma forma de defesa, usando a única linguagem possível de ser entendida por aqueles que se encontram no estado de ignorância — a sintomatologia —, trata-se de amordaçá-lo. É como se lhe dissessem: “Não reclame, sofra a tortura da doença sem nenhum direito de gritar!”

Essa atitude, na verdade, representa uma demonstração de absoluta falta de autoconhecimento, um desconhecimento total deste maravilhoso mecanismo orgânico. Pobre corpo humano! A engenharia tecnológica sideral elaborou-o com tanto amor e sabedoria, mas, mesmo assim, o homem-matéria, o homem-máquina, em função da ignorância pela falta do acoplamento com o Trielos superior, faz-se insensível e desprovido de consciência própria. Certamente, ele encontra-se, em parte, conjugado ao Trielos superior que é o que lhe dá o sopro da vida. No entanto, esse alento, esse sopro da vida objetiva a que as matérias, os microorganismos se plenifiquem de energia vital e ganhem níveis mais elevados de consciência, compatíveis à capacidade de cada um. Com isso, poderá ocorrer um novo passo evolutivo através do ajustamento perfeito dos Trielos básico e superior a nível ínfimo, a nível das consciências celulares, na formação da totalidade individual humana.

Enquanto isso não acontece, permanece o homem desvitalizado por encontrar-se destituído de um maior grau de consciência. Não possui, por conseguinte, a sensibilidade necessária a que o todo individual se faça supraconsciente até as suas partes infinitesimais, bem como, a que estas partes, estas microestruturas se tornem testemunhas e sejam, também, os veículos de expressão da Consciência maior que é a origem verdadeira, o Eu Real do eu superior e do eu básico. Contudo, pela falta desta sensibilidade, em virtude do acoplamento parcial com o Trielos superior, o homem não sente as agressões que promove contra si mesmo. Por isso, afirmamos que o ser humano está parcialmente nascido e que necessita nascer de novo, renascer em sua própria estrutura vivencial, representando este renascimento uma renovação de forças para estas suas partes materiais. Que se crie, também, um pacto de fidelidade e de liderança, de interatuação e de harmonia perfeita entre as estruturas componentes do todo da individualidade. Poderá, assim, o ser integral utilizar a sua capacidade sétupla e atuar com todos os seus níveis de consciência em uma ação múltipla, mas única na sua forma de expressão. Será, então, um testemunho conjugado, sem conflito entre todos estes níveis, pois não haverá a negação de nenhum deles.

É essa a integração que deve ser conquistada por aqueles que optarem por exercer a Medicina. Que sintam toda a potencialidade do próprio ser, para que percebam a necessidade de levar em conta a profunda composição da estrutura individual humana e não se limitem, simplesmente, a tratar do homem-máquina, ignorando toda a complexidade do Ser Teodinâmico. E, ao perceberem essa interinfluenciação entre os diversos níveis da individualidade, bem como a capacidade que tem o próprio homem de autocurar-se, devem os médicos colocar-se mais em uma posição de conselheiros, de orientadores e não apenas como práticos da Medicina.

É evidente que a prática tem o seu momento, contudo, não é para ser exercida constantemente. O que vemos no entanto, hoje, é o emprego excessivo desse lado executivo da Medicina; mas torna-se urgente que ela se faça mais dinâmica, mais completa. Falta-lhe, para isso, a outra parte que é a inspiração, a intuição advinda da supraconsciência e que irá proporcionar-lhe esse dinamismo tão necessário. Por outro lado, será necessário, também, que toda esta parte intuitiva ganhe meios de expressão objetivos, funcionais, para que a prática médica não continue se restringindo unicamente às cirurgias e à quimioterapia.

A Medicina de hoje, como veem, é uma Medicina exclusiva para o homem mecânico. Mas a psique da individualidade reclama as deformações provocadas na estrutura orgânica que sofre as consequências da ignorância, da falta do autoconhecimento e de todas essas práticas e terapias muitas vezes indevidas. E, na tentativa de amenizar estes problemas, surgiram, como já dissemos antes, todas essas novas matérias médicas — a psicologia, a parapsicologia, etc… — que se propõem a cuidar da psique. Certamente que elas já representam um avanço muito grande. No entanto, só se tornarão decisivas quando puderem contar com a complementação dos parâmetros religiosos, ou seja, quando forem conjugadas Medicina e Religião.

No entanto, ao nos referirmos à Religião, não estamos falando das práticas religiosas ou dos processos devocionais. Consideramos que o lado devocional tem o se efeito prático de curas, como já foi inúmeras vezes com provado. É o que muitos chamam ” a cura pela fé,” Entretanto, o que se chama de fé, não deve continuar a ser algo tão abstrato e tão mal compreendido. Uma realidade tão grande, o lado mais rico em sabedoria, em meios curativos não pode continuar a resumir-se em um simples vocábulo de duas letras — fé! É muito pouco para tanto conteúdo!

A ideia de fé, tanto quanto a palavra que a expressa representa ainda para os homens, dentro de todo o se mundo expressivo, um pequeno ponto sem muito destaque, ou seja, mais um componente de todo o manancial de referenciais no qual ele se baseia. É necessário que a fé ocupe o espaço correspondente à sua real importância ganhe uma estrutura através dos meios de expressão e de inteligência já desenvolvidos pela humanidade, equivalente a tudo o que ela representa. O que o homem chama de fé é um potencial adquirido por aqueles, que, ao elevarem o nível vibracional da própria individualidade, absorvem átomos de uma qualificação superior, advindos das dimensões que já atingiram o que é considerado o estágio da perfeição. Quantos estes átomos penetram na estrutura individual, criam um campo eletromagnético que se expande não só pelo desdobramento energético, como, também, por atrair outros átomos de igual potencialidade. E toda esta concentração energética produz efeitos revitalizadores e regeneradores que irão promover a cura, os “milagres” da fé.

Todo esse potencial representa a Grande Realidade. É Alma do Universo querendo ganhar meios de expressão e manifestar-se na vida prática, nesta vida tão carente do planeta Terra, carente desta Vitalidade, desta Alma, deste Espirito do Universo, deste Supra-ser Teodinâmico do Cosmo. No entanto, é necessário que esta Consciência Cósmica possa encontrar os meios de se manifestar nas medidas certas, compatíveis com os diversos estágios evolutivos alcançados por todos os níveis de manifestação de seres viventes do plano Terra, mesmo aqueles que não são, ainda, considerados pelos homens.

Cabe à Medicina uma grande parcela de responsabilidade na tarefa de colaborar eficientemente para que esta veiculação se concretize a nível humano. É necessário, portanto, que ela desenvolva os meios propícios à realização deste objetivo, tornando-se dinâmica através do acoplamento, da aliança com os parâmetros da Religião.
Para finalizar, voltamos a questão do homem como tema prioritário de todos os propósitos governamentais.

Que ele se torne o objetivo principal dos governos e adquira as condições básicas necessárias a uma vida digna. Que lhe seja dada a oportunidade de vivenciar um bom padrão moral, sentimental, educativo, assistencial e obter, com isso, a sanidade fisica e psíquica, isto é, os meios fundamentais à conquista da salubridade familiar, social, planetária…

O estado de salubridade representa o único meio apropriado à expressão do Absoluto. É a condição propícia para que Ele possa veicular-se e tornar-se a grande Realidade no plano físico da manifestação humana. E, assim, será possível a construção de uma sociedade melhor, sadia e equilibrada, onde as considerações prioritárias governamentais sejam os direitos humanos, os direitos da mãe-natureza, os direitos dos seres viventes, os direitos de expressão do Absoluto.

A preservação do estado natural, por sua vez, garantirá a continuidade da manifestação do Absoluto nos meios já conquistados, para que outras etapas sejam alcançadas sem que, no entanto, isso venha a significar o fim de tudo o que está consolidado. Que o ciclo da vida se manifeste seguindo a ordem regular das coisas.

Que os projetos originais, as determinações naturais se cumpram e que o homem não intervenha na programação da natureza, na programação Cósmica, na programação do Absoluto.

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